'Nasceu de novo', diz mãe de jovem que ficou em coma após agressão
Apesar das sequelas, ele diz 'que não pode parar' e luta pela recuperação.
Há um ano Lucas Borgo, 24 anos, foi agredido em uma boate, em Palmas.
Há um ano um jovem que foi agredido em uma boate em Palmas e ficou em coma por 23 dias convive com sequelas. "Meus pais cuidam de mim como uma criança, me dão remédio na boca". As palavras são do agricultor Lucas Borgo, de 24 anos. Após a agressão, que resultou em um traumatismo craniano, o jovem que vivia sozinho no Tocantins, precisou voltar para a casa dos pais, na Bolívia. Ele perdeu a visão do olho direito, a audição do ouvido direito e precisa tomar remédios contra a depressão e para não sofrer convulsão e nem a perda da memória. Apesar das limitações, o jovem diz que tenta fazer de tudo: "Eu não posso parar".
A agressão aconteceu do dia 26 para o dia 27 de julho do ano passado. Lucas se divertia em uma boate com amigos quando levou um soco no rosto. Ele caiu ao chão e fraturou os ossos da face. O osso temporal, onde fica o aparelho auditivo, rachou. Ao cair, o peso do corpo provocou um traumatismo craniano. O jovem teve que ser levado às pressas para o hospital e ficou em coma induzido por 23 dias. O principal suspeito da agressão, Alex Alonso, de 21 anos, chegou a ser conduzido para a delegacia, mas foi liberado em seguida.
No total, o rapaz passou por três cirurgias. Uma delas, feita logo após a agressão, retirou um pedaço do crânio. A retirada permitiu que parte da pressão na cabeça, causada pelo inchaço no cérebro, fosse dissipada, diminuindo o risco de morte cerebral.
Lucas não se lembra do que aconteceu. A história que ele conta foi recontada por amigos que o acompanhavam na festa. "Eles me disseram que o Alex empurrou uma menina e eu ergui os braços. E depois ele me deu um soco e eu não pude me defender".
Ao acordar do coma na UTI, Lucas pensou que estava em um hospício. "Durante o coma, sonhei que estava em um hospício e por uma semana a minha mãe deixou levar como tinha acontecido nos sonhos".
A mãe do jovem, Sandra Borgo, vive para o filho e a família. Sobre as sequelas, ela conta com detalhes as dificuldades que Lucas enfrenta no dia-a-dia. “Ele ficou com o comportamento muito afetado, ele é muito nervoso e tem que controlar com medicação, fazer terapia com psiquiatra. A memória está muito curta. Ele toma vitaminas para relaxar e não atrofiar o cérebro, mas ele esquece de tudo sempre”.
Lucas era responsável por cuidar de uma propriedade da família, que fica em Porto Nacional, a 66 km de Palmas. O jovem morou no estado por três anos e se apaixonou pelo Tocantins, inclusive pelo clima, que é um dos mais quentes do país. Ele conta que aqui ele era independente, saia com os amigos e se divertia. "Agora eu sou totalmente dependente da minha família. Eu sinto falta de andar de moto, do estado que eu gostava de ficar". Apesar das saudades, ele não pensa em voltar e Sandra diz que "nem se ele quisesse ela deixaria".
A mãe diz que a atitude do agressor mudou não só a vida de Lucas, mas a de toda a família. Olhando para trás, ela conclui que o filho “é um guerreiro”. Lucas gosta de trabalhar no campo e por isso ajuda o pai com os negócios da família. “Ele gosta de se arrumar, é todo vaidoso. Às vezes, se olha no espelho e fala que a cabeça está torta. Tenho motivos para agradecer a Deus por ele estar vivo. Meu filho é um milagre de Deus".
Para se esvaziar das lembranças e não pensar nas limitações, Lucas trabalha e sai para se divertir com amigos. Ele diz que não pode parar. "Quanto mais eu me esconder, mais vou ficar pior. Eu tenho que sair, me divertir. Tento não lembrar de nada, tirar da minha cabeça. Se Deus me deu esta chance de viver é para que a minha vida seja melhor".
Apesar da agressão e da dificuldade no dia-a-dia, ele diz não sentir raiva do agressor. "Como posso sentir raiva de alguém que eu não conheço, que eu nunca vi?" O jovem agricultor que ama viver prefere pensar no futuro, na vida com a família e os amigos e aproveitar mais um ano de vida. "Meu filho tem dois aniversários, um comemorado no dia 19 de maio e outro neste 27 de julho, considerado um renascimento", conclui a mãe.
Processo
O advogado de Lucas Borgo, Indiano Soarez, informou que o processo está parado. "O caso está aguardando um pedido de exceção de suspeição do juiz feita pelo réu. A defesa de Alex alegou que o juiz estava sendo parcial e tomando parte no processo, ao indeferir alguns pedidos". Se o pedido de exceção for aceito pela justiça, o juiz titular do caso poderá ser substituído, o que quer dizer que os autos do processo serão enviados para um juiz substituto.
O Tribunal de Justiça do Tocantins informou que a audiência ainda não foi marcada. O G1 não conseguiu contato com os advogados de Alex Alonso até a publicação desta matéria.
Fonte: G1
Há um ano um jovem que foi agredido em uma boate em Palmas e ficou em coma por 23 dias convive com sequelas. "Meus pais cuidam de mim como uma criança, me dão remédio na boca". As palavras são do agricultor Lucas Borgo, de 24 anos. Após a agressão, que resultou em um traumatismo craniano, o jovem que vivia sozinho no Tocantins, precisou voltar para a casa dos pais, na Bolívia. Ele perdeu a visão do olho direito, a audição do ouvido direito e precisa tomar remédios contra a depressão e para não sofrer convulsão e nem a perda da memória. Apesar das limitações, o jovem diz que tenta fazer de tudo: "Eu não posso parar".
A agressão aconteceu do dia 26 para o dia 27 de julho do ano passado. Lucas se divertia em uma boate com amigos quando levou um soco no rosto. Ele caiu ao chão e fraturou os ossos da face. O osso temporal, onde fica o aparelho auditivo, rachou. Ao cair, o peso do corpo provocou um traumatismo craniano. O jovem teve que ser levado às pressas para o hospital e ficou em coma induzido por 23 dias. O principal suspeito da agressão, Alex Alonso, de 21 anos, chegou a ser conduzido para a delegacia, mas foi liberado em seguida.
No total, o rapaz passou por três cirurgias. Uma delas, feita logo após a agressão, retirou um pedaço do crânio. A retirada permitiu que parte da pressão na cabeça, causada pelo inchaço no cérebro, fosse dissipada, diminuindo o risco de morte cerebral.
Lucas não se lembra do que aconteceu. A história que ele conta foi recontada por amigos que o acompanhavam na festa. "Eles me disseram que o Alex empurrou uma menina e eu ergui os braços. E depois ele me deu um soco e eu não pude me defender".
Ao acordar do coma na UTI, Lucas pensou que estava em um hospício. "Durante o coma, sonhei que estava em um hospício e por uma semana a minha mãe deixou levar como tinha acontecido nos sonhos".
Ao acordar do coma na UTI, Lucas pensou que estava em um hospício. "Durante o coma, sonhei que estava em um hospício e por uma semana a minha mãe deixou levar como tinha acontecido nos sonhos".
A mãe do jovem, Sandra Borgo, vive para o filho e a família. Sobre as sequelas, ela conta com detalhes as dificuldades que Lucas enfrenta no dia-a-dia. “Ele ficou com o comportamento muito afetado, ele é muito nervoso e tem que controlar com medicação, fazer terapia com psiquiatra. A memória está muito curta. Ele toma vitaminas para relaxar e não atrofiar o cérebro, mas ele esquece de tudo sempre”.
Lucas era responsável por cuidar de uma propriedade da família, que fica em Porto Nacional, a 66 km de Palmas. O jovem morou no estado por três anos e se apaixonou pelo Tocantins, inclusive pelo clima, que é um dos mais quentes do país. Ele conta que aqui ele era independente, saia com os amigos e se divertia. "Agora eu sou totalmente dependente da minha família. Eu sinto falta de andar de moto, do estado que eu gostava de ficar". Apesar das saudades, ele não pensa em voltar e Sandra diz que "nem se ele quisesse ela deixaria".
A mãe diz que a atitude do agressor mudou não só a vida de Lucas, mas a de toda a família. Olhando para trás, ela conclui que o filho “é um guerreiro”. Lucas gosta de trabalhar no campo e por isso ajuda o pai com os negócios da família. “Ele gosta de se arrumar, é todo vaidoso. Às vezes, se olha no espelho e fala que a cabeça está torta. Tenho motivos para agradecer a Deus por ele estar vivo. Meu filho é um milagre de Deus".
Para se esvaziar das lembranças e não pensar nas limitações, Lucas trabalha e sai para se divertir com amigos. Ele diz que não pode parar. "Quanto mais eu me esconder, mais vou ficar pior. Eu tenho que sair, me divertir. Tento não lembrar de nada, tirar da minha cabeça. Se Deus me deu esta chance de viver é para que a minha vida seja melhor".
Apesar da agressão e da dificuldade no dia-a-dia, ele diz não sentir raiva do agressor. "Como posso sentir raiva de alguém que eu não conheço, que eu nunca vi?" O jovem agricultor que ama viver prefere pensar no futuro, na vida com a família e os amigos e aproveitar mais um ano de vida. "Meu filho tem dois aniversários, um comemorado no dia 19 de maio e outro neste 27 de julho, considerado um renascimento", conclui a mãe.
Processo
O advogado de Lucas Borgo, Indiano Soarez, informou que o processo está parado. "O caso está aguardando um pedido de exceção de suspeição do juiz feita pelo réu. A defesa de Alex alegou que o juiz estava sendo parcial e tomando parte no processo, ao indeferir alguns pedidos". Se o pedido de exceção for aceito pela justiça, o juiz titular do caso poderá ser substituído, o que quer dizer que os autos do processo serão enviados para um juiz substituto.
O advogado de Lucas Borgo, Indiano Soarez, informou que o processo está parado. "O caso está aguardando um pedido de exceção de suspeição do juiz feita pelo réu. A defesa de Alex alegou que o juiz estava sendo parcial e tomando parte no processo, ao indeferir alguns pedidos". Se o pedido de exceção for aceito pela justiça, o juiz titular do caso poderá ser substituído, o que quer dizer que os autos do processo serão enviados para um juiz substituto.
O Tribunal de Justiça do Tocantins informou que a audiência ainda não foi marcada. O G1 não conseguiu contato com os advogados de Alex Alonso até a publicação desta matéria.
Fonte: G1
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